31.1.08

LIGA BOMBEIROS PORTUGUESES

«Nos últimos três anos, o número de novos voluntários que ingressaram nos corpos de bombeiros foi superior aos ingressos verificados no triénio anterior», afirmou o presidente da LBP no decorrer de um fórum nacional sobre «o voluntariado nos bombeiros portugueses», hoje realizado em Pinhel, no âmbito do Ano Nacional do Voluntariado.




O encontro nacional reuniu cerca de 500 participantes que durante o dia ouviram falar de temas como «voluntariado para uma sociedade de valores», «voluntariado a uma só voz» e «o voluntariado e o homem do futuro».
«Saio daqui muito mais reforçado para dizer ao senhor ministro da Saúde que Alijó, como outros pontos do país, precisa de uma rede hospitalar para servir os 15 mil cidadãos que vivem no concelho», disse Duarte Caldeira no final dos trabalhos.

Segundo Duarte Caldeira, os participantes no congresso hoje realizado na cidade de Pinhel, concluíram que é necessário «reinventar o voluntariado, afirmando-o com convicção».
«Os portugueses não podem continuar a querer dispor do voluntariado nos bombeiros, como quem dispõe de mão-de-obra barata», frisou.

«Têm que reconhecer socialmente esta estrutura, os homens e mulheres que voluntariamente, mas competentemente, querem servir as comunidades na trincheira do socorro», disse.

O fórum sobre voluntariado foi organizado pela Federação Distrital de Bombeiros da Guarda, associação de bombeiros local, Liga de Bombeiros e Câmara Municipal de Pinhel.

in LUSA
*************


Socorro – O papel dos Bombeiros

Pouco adepto dos alarmismos como a Comunicação Social caseira, sobretudo as televisões,

tratam as notícias, preferencialmente referidas à discussão mais na moda, seja do foro económico

e financeiro (vulgo BCP), ou da área da saúde de todos nós (vulgo MS/SAP/INEM/Bombeiros).

Sou mais de aproveitar uma soneca no sofá que de ver/ouvir as mesmas notícias tratadas da mesma forma 365 dias no ano.

Razão mais que suficiente para não ter ouvido em primeira mão a já famosa chamada Codu/Bombeiros/ Vmer, tristemente ocorrida no distrito de Vila Real. (Poderia ter sido noutro

qualquer distrito, incluindo o da Guarda onde tenho algumas responsabilidades).

Alertado para o facto na tarde de sexta-feira, 25 de Janeiro, estive com atenção à notícia no «Jornal da Noite», e procurei na Internet notícias e comentários sobre o assunto.

Não posso, porque mais de 20 anos à frente de uma Associação de Bombeiros e o conhecimento que julgo ter do sistema mo não permitem, atribuir responsabilidades aos Bombeiros/pessoas

(aos muitos «senhores Machado» existentes no país) na sua qualidade de voluntários e

disponíveis mais vezes e mais tempo do que muitas vezes seria de esperar para uma acção

em prol dos outros. Sem querer assacar responsabilidades, ao ministro que terá algumas,

à estrutura do INEM, que terá a sua quotaparte, à descoordenação da comunicação entre as várias entidades envolvidas na emergência pré-hospitalar, não posso no entanto deixar

de produzir a minha opinião sobre o assunto.

E essa leva-me direito ao binómio voluntário/profissional, cada vez mais a merecer, a cada vez mais inadiável discussão clara, objectiva e sem restrições.

Ou não são os Bombeiros que apregoam o lema «Voluntários por opção, profissionais na acção»?

Antes de mais porque nos Corpos de Bombeiros, Voluntário, se é para entrar e sair: Durante a

permanência obrigam-se a cumprir as normas emanadas pelos superiores e os Corpos de Bombeiros são estruturas de comando único e vertical, pelo que a escala de serviço emanada

pelo Comandante ou por quem este delegue deveria ser a forma de ter a disponibilidade humana

para socorrer em qualquer momento. (ou avisar as populações que servem

e perante as quais assumem tantas não há socorro).

Uma responsabilidade moral e social, pelo menos pela tradição, de que das tantas às

As alterações sociais das últimas décadas fizeram com as populações exijam (e bem) aos Bombeiros maior profissionalismo, maior rigor na actuação

e que tenham permanentemente apontados os focos de todo o público

e sobretudo da comunicação social.

O comboio da profissionalização nos Bombeiros já arrancou e é «sud-express». Não pára e como se tem provado

ao longo dos anos, não são os Bombeiros e as suas estruturas (Federações e Liga) que têm força para o parar;

Muito menos com acções como a tomada no caso SAP/INEM em que a Liga abandonou qualquer das suas as negociações (qual birra de criança) porque as propostas e a Liga não o fez, não contemplavam pretensões.

Propostas são propostas e só se discutem estando presente, deixando que cada Município

contrate com a ARS as contrapartidas

que entenda para o encerramento dos SAP, e deixando as associações suas filiadas e que são a sua razão de existir, sem qualquer informação sobre o assunto.

Estranho é que ainda haja dirigentes e Comandantes que pareça não terem entendido esta realidade e mantenham a sua «quinta» como se de um feudo se tratasse e permitam

que haja casos como o do senhor Morgado, que está sozinho durante a noite e pelos vistos não no Quartel, já que referiu que teria de ir buscar a ambulância e estar a atender a chamada no telemóvel.

Não é admiração que tal aconteça devido aos escassos meios humanos, e

financeiros para a contratação de mais meios humanos, mas após pelo menos uma saída. A não garantir pelo menos uma saída em tempo útil, mais vale ter a coragem de comunicar

a ausência de serviço durante essas horas.

Para o bem e para o mal, este caso acontece menos de uma semana após a Liga dos Bombeiros Portugueses ter lançado o «Ano Nacional do Voluntariado nos Bombeiros», e em vésperas de ter lugar no Distrito da Guarda (Pinhel) um fórum sobre o

mesmo tema em que serão palestrantes personalidades tão ilustres como o padre

Feytor Pinto e o cientista Carvalho Rodrigues.

Este fórum iniciar-se-á poucas horas após escrever estas linhas. Não vou assistir, o que a minha qualidade de dirigente da federação que o organiza torna um dever,

porque um inesperado e muito incómodo problema intestinal

me não permite afastar-me de casa, e nem sei qual o sentido das apresentações. Mas sabendo todos que a crise

não é tanto de voluntariado, mas mais de disponibilidade de tempo para esse voluntariado, bom seria que de uma

vez por todas se respondesse às seguintes perguntas:

Que estatuto para os «assalariados» dos Bombeiros?

Por que convenção laboral se devem reger?A

Qual o papel que os Bombeiros pretendem na protecção civil e na emergência pré-hospitalar?

Parceiros e parte da solução ou como muitos deixam antever, parte do problema?

Qual a formação mínima (e quem a controla) para que se possa tripular uma ambulância? (se existe definição

para a formação técnica, o mesmo não acontece com a formação de outro tipo, como seja comunicação,

atendimento, etc.).

Quem não sabe não salva: Este é outro lema muito em voga nos Corpos de Bombeiros para incentivar a formação.

Mas como saber, se não houver profissionais que tenham disponibilidade de tempo para essa formação?

Não quero com isto minimizar as responsabilidades do Estado e estruturas tuteladas, mas não podemos com

estas esconder as nossas fragilidades que todos sabemos que as há: Seja na formação a que não há tempo para

assistir, seja na necessidade de mais meios humanos que os que o voluntariado e as verbas disponíveis permitem

juntar, seja no conservadorismo de alguns intervenientes que ainda vêm os Bombeiros nas décadas do século

passado. Há que ter a coragem de as assumir, e com os restantes intervenientes encontrar soluções para as

minimizar; Não se consegue certamente com notícias alarmantes e acusações mútuas.

Luís Carriço

Presidente da Direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Sabugal e Vice-Presidente

da Federação de Bombeiros do Distrito da Guarda

in http://capeiaarraiana.wordpress.com

Capeia Arraiana, 27 de Janeiro de 2008 – Artigo de Opinião de Luís Carriço

29.1.08

SABUGAL NA LIGA DOS ÚLTIMOS

E O PIOR CONCELHO PARA VIVER É...


S A B U G A L ! ! !



O Concelho do Sabugal é o que tem pior qualidade de vida no país, isto de acordo com um estudo elaborado pela Universidade da Beira Interior(Covilhã).













O Índice Concelhio de Qualidade de Vida, elaborado pelo Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social da Universidade da Beira Interior, baseia-se no anuário estatístico de 2004 do Instituto Nacional de Estatística. O professor catedrático Pires Manso e Nuno Simões, técnico do Observatório, concluiram neste estudo que os últimos lugares são maioritariamente ocupados por concelhos do norte e centro do país, sendo o concelho de Vinhais o anterior ao Sabugal.Eis os resultados:

Confira os 20 melhores locais para viver:

1º Lisboa 205,07
2º Albufeira 181,04
3º São João da Madeira 168,57
4º Porto 161,05
5º Sintra 158,73
6º Lagos 158,51
7º Cascais 148,57
8º Lagoa 143,95
9º Vila Franca de Xira 142,82
10º Aveiro 142,81
11º Loulé 141,43
12º Portimão 140,04
13º Oeiras 135,78
14 ºFaro 134,13
15º Coimbra 133,45
16º Marinha Grande 131,56
17º Vila Real de Santo António 130,86
18º Amadora 130,32
19º Palmela 128,77
20º Sines 128,65

Confira os piores locais para viver:

1º Murça 32,55
2º Figueira de Castelo Rodrigo 31,71
3º Penedono 30,35
4º Idanha-a-Nova 30,16
5º Mondim de Basto 28,97
6º Cinfães 28,42
7º Vila Flor 27,98
8º Carrazeda de Ansiães 27,46
9º Valpaços 26,56
10º Vila Nova de Foz Côa 25,09
11º Alcoutim 23,56
12º Penamacor 21,89
13º Boticas 19,34
14º Terras de Bouro 18,33
15º Aguiar da Beira 14,97
16º Penalva do Castelo 14,43
17º Pampilhosa da Serra 13,69
18º Resende 12,72
19º Vinhais 5,32
20º Sabugal 5,29

O concelho do Sabugal está votado ao esquecimento político, por muito que os nossos responsáveis autárquicos se esforcem em provar o contrário. Este estudo vem apenas mostrar ao país a realidade das aldeias do nosso concelho. O interior do país, em particular, o concelho do Sabugal está a transformar-se num deserto de pessoas e ideias, levando ao sumisso cada vez mais da sua voz. Os políticos de Lisboa preocupam-se mais com a sua imagem e com o seu bem-estar e esquecem por completo as pessoas do Sabugal. Os encerramentos de várias escolas primárias no concelho do Sabugal, por falta de crianças, a falta de casais novos e a cada vez mais numerosa população de idosos, têm transformado o nosso concelho num território cada vez mais pobre. Poucos se interessam verdadeiramente em solucionar as crescentes dificuldades e necessidades sociais, médicas e culturais da população do Sabugal.

O concelho do Sabugal necessita de dar a volta. Há gente com ideias, há pessoas que lutam pela melhoria da qualidade de vida dos habitantes deste território. Não podemos baixar os braços e deixar que a caravana passe. O futuro somos nós que o construimos hoje. Há que sonhar, há que planear e traçar o rumo para transformar o estado das coisas. Eu vou à luta. Quem me acompanha?

27.1.08

A GRANDE OBRA: ASSOCIAÇÃO DE SOLIDARIEDADE SOCIAL DE MALCATA



Associação Solidariedade Social de Malcata



A Associação de Solidariedade Social de Malcata é uma instituição de enorme alcance social e humanitário que dia a dia presta variados serviços às pessoas idosas de Malcata. Nomeadamente o Lar e o Centro de Dia da Associação, é um exemplo de trabalho e entrega aos mais idosos. É a grande obra construida na aldeia até hoje. Não porque tenha envolvido montantes astronómicos de dinheiro, mas porque tem sido um sinal claro da solidariedade que as pessoas de Malcata mostraram ao acautelarem a velhisse dos seus familiares ( e porque não a sua), já que hoje têm um lugar onde passar o tempo, comer, divertir-se e dormir e viver uma vida com mais qualidade, com mais conforto e com mais dignidade.


Carrinha de apoio ao domicílio

É também importante para dar trabalho a algumas pessoas que, de outra forma, teria que se deslocar para fora da aldeia. Graças à Associação, criaram-se condições para que os idosos permanecessem em Malcata, evitando o desenraizamento forçado, que teria efeitos nefastos para aqueles que sempre viveram na aldeia.
O apoio domiciliário é um dos serviços que a Associação oferece aos utentes do Centro de Dia. Os funcionários da instituição levam, todos os dias, as refeições a quem esteja em sua casa e aproveitam esse tempo para se inteirarem das necessidades da pessoa visitada e assim prestarem a ajuda necessária.

Serviço de refeições ao domicílio

25.1.08

BENDADA: É URGENTE SOLUCIONAR OS PROBLEMAS DE COMUNICAÇÃO

















Termo de identidade e residência foi a medida de coação que o Tribunal do Sabugal aplicou hoje ao Presidente da Junta de Freguesia da Bendada, aldeia do concelho do Sabugal.
O que aconteceu ainda são repercuções dos desentendimentos por causa de uma antena de telemóveis(ou duas!) que há uns anos se instalou num monte da aldeia. A freguesia passou a receber uma renda anual. Mas desde esses tempos de discussão para a escolha do local da instalação da antena a população da aldeia anda dividida. Os anos passaram mas as feridas deixaram chagas por sarar e na passada quinta-feira, no largo da aldeia, cerca das 20:00, o presidente da Junta de Freguesia da Bendada envolveu-se numa discussão com um indivíduo, também da Bendada,mas com antecedentes criminais na sua vida. Este acabou por ser atingido por um tiro de pistola, alegadamente disparado pelo presidente da Junta de Freguesia.
Os habitantes da aldeia da Bendada, atribuem estes distúrbios e conflitos às divergências que se arrastam desde a instalação da antena dos telemóveis e das posições assumidas pelo padre Manuel Janela, pároco da aldeia e que tem sido muito contestado por um dos grupos de bendalenses. Houve pessoas que já recorreram ao Bispo da Diocese da Guarda para sanar o conflito, tendo sugerido a substituição do pároco por outro, mas até hoje a Diocese nada decidiu a esse respeito.
E eu imagino o ambiente que reina na aldeia. O meio é pequeno, todos se conhecem uns aos outros e as relações de convivência humana e espiritual não têm sido sadias. Este acontecimento deve ser tomado em conta e não é mais do que um " grito" por parte dos bendalenses para que os ajudemos a dar uma solução ao problema que têm para resolver. E é um problema de relações humanas, de diálogo, de os dois lados unirem esforços para encontrar a solução verdadeira:
"Amar o outro, como eu me amo a mim mesmo!"

24.1.08

A SAÚDE QUE TODOS DESEJAMOS


A saúde é o que as pessoas mais desejam para a vida. O Serviço Nacional de Saúde(SNS) está a passar por uma enorme mudança. Há serviços a encerrar, outros acabados de construir mas de portas fechadas aguardando ordem para abrir. Hospitais que foram remodelados e agora veêm os seus serviços transferidos para outras unidades de saúde. Gastou-se o dinheiro, criaram-se espectativas nas pessoas que iam beneficiar de melhores cuidados de saúde e são confrontadas com o contrário.

Os casos de falta de assistência em casos de emergência são cada vez mais noticiados. Hoje , o jornal dá voz às pessoas de Castelo, lá para os lados de Alijó, no norte de Portugal. O senhor António, de 44 anos, faleceu na madrugada da passada terça-feira. Porquê? Dizem os seus conterrâneos que a assistência foi demorada e...
"Vila Real é demasiado longe para nós. São 60 quilómetros, mas não é como na auto-estrada, que é tudo mais rápido. Não deviam ter fechado o Serviço em Alijó."

"Imagine eu, com 76 anos. Se me acontecer alguma coisa, para eles é igual. Já passamos do prazo, não interessamos a ninguém."

O senhor António vivia lá para os lados de Vila Real. Precisou de assistência médica urgente e demorou uma eternidade a ter essa assistência. O 112 diz uma coisa, os bombeiros outra e os familiares e amigos do António outra. A verdade, é que o António perdeu a vida, ou seja, o auxílio de que necessitava não veio a tempo. O concelho do Sabugal estende-se por uma extensa área. As pessoas, quando precisam de cuidados de saúde, têm que percorrer dezenas de quilómetros até ao Centro de Saúde. Quando é necessário transporte de urgência, têm de esperar que os bombeiros do Sabugal ou Soito cheguem. E o tempo passa, passa ao mesmo tempo que a vítima luta pela vida. Claro que não podemos ter um médico à porta de casa, ou um enfermeiro, ou um Centro de Saúde em cada aldeia. Mas se o Centro do Sabugal possuissse uma equipa de emergência com a respectiva ambulância devidamente equipada, o socorro passaria a ser mais rápido e a vida dos sabugalenses teria outra qualidade e longevidade. É urgente melhorar a assistência aos cuidados de saúde críticos e de emergência. Os hospitais da Guarda, Covilhã ou Coimbra estão demasiado distantes para as estradas que o concelho do Sabugal tem. É urgente que a cidade do Sabugal tenha melhores ligações rodoviárias às auto-estradas que passam ao lado e que depressa chegam aos hospitais da Covilhã, da Guarda e até de Coimbra. Tudo é importante quando uma vida humana está dependente dos outros e do lugar onde vive. As pesoas, mesmo as que já têm 76, 80 ou mais anos, contam e são vidas que têm o direito à vida.




21.1.08

PRESERVAR O PATRIMÓNIO DE MALCATA


Lembram-se das cangalhas? Agora, com a evolução dos transportes e o desaparecimento quase dos jumentos(burros) poucos das gerações mais novas sabem da existência e da utilidade das cangalhas.
As cangalhas, havia várias maneiras de as construir, mas todas eram colocadas por cima da albarda do animal e serviam para o agricultor transportar os feixes de "ferrem", os feixes de lenha ou de milho. Era colocado um feixe de cada lado de maneira a criar um equilíbrio nos dois lados e muitas vezes, colocavam um terceiro a meio e estava a carga completa. Por cima dos feixes passava-se a "cilha"(dava a volta completa) que se apertava com a ajuda do "arroxo" cujo "arroxar" tinha de ser feito por sabedores. É que uma "cilha" mal apertada podia ter como consequência a queda para o chão da carga que tanto custou a carregar.
As cangalhas da foto encontrei-as assim como as veêm e penso que alguém, por exemplo, a Junta de Freguesia, devia falar com o dono(a) e propor-lhe que as doasse para integrar o espólio de um futuro museu( no antigo forno?) que possa perpetuar as memórias dos nossos antepassados.
E quem diz cangalhas, podemos acrescentar todos os utensílios e alfaias agrícolas que hoje já não se usam, mas os nossos avós, os nossos pais e muitos de nós ainda utilizámos em muitas ocasiões.

AS OBRAS NA ESTRADA DE MALCATA VÃO FINALMENTE A TODO O VAPOR!






Estive em Malcata no dia 19 de Janeiro e pelo que me apercebi vai ser desta que as obras na estrada vão andar mais depressa. Quando me dirigia para a aldeia, pouco depois da "placa" lá andava um grupo de trabalhadores nas obras da estrada.
As imagens retratam as máquinas que neste momento estão prontas a ajudar na conclusão da referida obra. As primeiras estão ao lado do campo de futebol, onde também já há muita brita, areia e terra que serão necessário para a obra e as últimas estão a aguardar junto à serração, antes da "placa" para Malcata.
Oxalá que todo este aparato seja mesmo para acabar com as obras depressa e bem, caso contrário, as valetas começam a parecer um campo cheio de crateras e lama. Agora, há que apoiar a "Socongo" para que Malcata possa orgulhar-se d "nova estrada".

13.1.08

M A L C A T A - AO SABOR DA TRADIÇÃO




"A história e tradição estão connosco.
A história e tradição estão connosco. Sendo também a história "a narração de factos ou acontecimentos sociais, políticos, económicos, intelectuais, etc, que mais ou menos influíram na existência dos povos" (sfr. grande dicionário da língua portuguesa de Cândido de Oliveira) e a tradição "a transmissão desses factos, de idade em idade, através da transmissão oral ou de hábitos", (sfr. grande dicionário da língua portuguesa de Cândido de Oliveira), podemos dizer que Malcata fez história e tradição neste Natal de 2007. Foi uma véspera de Natal em cheio. A ACDM e a Junta de Freguesia organizaram a festa da matança da porca, com os rituais sobejamente conhecidos e o almoço aberto a toda a povoação. Muita gente participou nas tarefas exigidas. De tarde, homens e rapazes ocuparam-se alegremente em acarretar os madeiros e a fazer a fogueira que, diga-se a verdade hà anos não se via tão grande. Depois vem a ceia de Natal em família seguindo a tradição. Pelas 11 horas pega-se o lume à fogueira, e perante a expectativa geral comenta-se a direcção do vento, a orientação do fumo e das "mechanas", a queda dos grandes cepos, etc ... etc ... À meia-noite em ponto é o auge: A missa do galo com cânticos, representações, celebrando o nascimento do menino Jesus. Ao beijar do menino canta-se desalmadamente ("até que a voz me doa"), e este fervor é transportado depois para junto da fogueira. Culmina com a ronda do Menino Jesus, (pena é que este ano pouca gente tenha aderido) e o convívio no largo da igreja ao calor do lume e saboreando alguns petiscos e bebidas (as carnes da matança e as castanhas assadas). É com momentos assim que a tradição se mantém, que se transmitem valores do passado e se vive o presente. Em Malcata respeitou-se e viveu-se a tradição, fazendo história para o futuro (os novos que o digam)."
Por: Rui


Texto retirado do Jornal Cinco Quinas.

9.1.08

CÁRITAS PAROQUIAL DE MALCATA






Maria Isabel Varandas Esteves
Presidente da Cáritas Diocesana da Guarda
Naturalidade: Vale de Espinho





Extratos da entrevista concedida ao jornal "A GUARDA" de 3 de Janeiro de 2008:
A Guarda: Como é que funciona a Cáritas da Guarda?
Isabel:
O seu objectivo fundamental é a animação sócio-caritativa da Diocese da Guarda. Em cada paróquia deveria existir um serviço permanente de acção social. No entanto, não tem sido fácil de implementar. Existem cáritas paroquiais na Covilhã, Gouveia, Aldeia de Joanes, e Seia, São Romão, Vide e Malcata.


"Os rendimentos dos idosos são insuficientes para fazer face às suas necessidades".
Palavras ditas por Isabel Varandas, ao jornal "A Guarda".

3.1.08

A MATANÇA DO PORCO E A ASAE


António Nunes, o responsável máximo da ASAE afirmou no dia 29 de Dezembro de 2007, numa entrevista ao semanário "Sol" isto:


"Tudo o que se fazia antigamente, dentro das casas das pessoas, continua a fazer-se; tudo o que diga respeito ao consumo público, tem que estar protegido por normas de inspecção sanitária. Se eu matar o meu porquinho, convidar uns amigos, e tudo isso se mantiver no domínio privado, não há problema nenhum".




Entenderam? Está claro como a água que bebemos na fonte de Malcata. A matança do porco do Ti Manel, do Ti João e de todos os tios e tias, primos e primas, vizinhos e amigos, desde que seja para consumo em casa desses familiares ou amigos, a Asae, através do seu dirigente máximo, diz que não há problema nenhum, desde que se coma em casa. Nada de fazer negócio de carne, de enchidos ou de presuntos...é que aí já a Asae entra em acção.

2.1.08

EM DEFESA DO LINCE E DA RESERVA NATURAL DA SERRA DA MALCATA




Deputado Luís Marques defende Centro Nacional na Reserva da Malcata

O Deputado Luís Carloto Marques (membro do MPT, eleito na lista do PPD/PSD pelo círculo eleitoral de Setúbal) questionou, recentemente, o Governo sobre a localização do Centro de Reprodução do Lince Ibérico. Em requerimento, enviado à Assembleia da República, com data de 6 de Dezembro, Luís Marques pede, ao Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, explicações sobre a “reprodução do lince ibérico em cativeiro”, nomeadamente a localização do futuro Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro do felino mais ameaçado do mundo.
De referir que em Julho deste ano, o ministro do Ambiente anunciou a instalação, em Silves do Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro do Lince Ibérico, esquecendo todo o trabalho realizado na Reserva Natural da Serra da Malcata. De salientar que a reprodução em cativeiro vai acontecer ao abrigo de um programa ibérico de repovoamento.
Perante estes dados o Deputado Luís Marques lembra que a Reserva Natural da Serra da Malcata foi declarada uma área protegida em 1981, exactamente para salvaguardar o habitat do felino mais ameaçado do mundo. “Apesar de as populações deste felino estarem extintas em Portugal, toda a estratégia que seguiu a Reserva Natural da serra da Malcata, teve sempre como primeira prioridade o lince ibérico” refere o documento. E acrescenta: “depois da sua extinção, que terá ocorrido na segunda metade da década de noventa, o esforço orientou-se para consolidar o seu habitat preferido, na esperança de atrair populações da Serra da Gata ou a sua reintrodução a partir de indivíduos nascidos em cativeiro”. O Deputado adianta também: “adquiriram-se terrenos, instalaram-se pastagens, efectuaram-se marouços, introduziram-se coelhos, contrataram-se técnicos qualificados, efectuaram-se inúmeras acções de educação ambiental, impediu-se a colocação de torres eólicas, as zonas de caça estão condicionadas ou interditas, tudo em nome de uma espécie prioritária. As populações e os empresários que investiram na região, ou que tencionavam efectuá-lo tiveram os seus projectos condicionados ou direccionados para outras zonas”.
No âmbito de uma reunião com o Governo de Espanha, o Governo Português acabaria por anunciar um protocolo para a cedência de linces do Centro de Reprodução de El Acebuche, destinados a um Centro Nacional para a Reprodução em Cativeiro que, de acordo com o ministro do Ambiente ficará localizado no Algarve.
Através do requerimento apresentado na Assembleia da República, Luís Marques, quer saber “quais foram os imperativos técnicos que impediram que o centro de Reprodução do Lince Ibérico fosse instalado na Reserva Natural da serra da Malcata”. Para o deputado “os concelhos de Sabugal e Penamacor foram, de alguma forma, penalizados pela criação da Reserva Natural da Serra da Serra da Malcata, mas o interesse nacional e mundial que representa o Lince Ibérico foi justamente considerado prioritário, sendo por isso de elementar justiça que o Centro Nacional para a Reprodução do Lince Ibérico, que receberá animais do centro andaluz de El Acebuche, se localize dentro da Reserva Natural da Serra da Malcata”.
De acordo com os dados disponíveis, até final de 2008, a Águas do Algarve estará em condições de activar o primeiro Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro do Lince Ibérico em Portugal, um projecto que decorre no âmbito da construção da Barragem de Odelouca e, em particular, das medidas para restauração de habitat e presas de lince-ibérico na área de influência da barragem, bem como a sua reprodução em cativeiro e posterior reintrodução em território nacional. Ao que tudo indica o futuro centro ficará situado num terreno adjacente à barragem do Arade, no concelho de Silves, no Algarve, e terá capacidade para acolher 16 animais.
Recorde-se que o lince-ibérico (Lynx pardinus) é considerado o felino mais ameaçado do mundo (Nowell & Jackson, 1996), estando originalmente confinado apenas à Península Ibérica. Neste momento, as últimas populações viáveis de lince-ibérico encontram-se na Andaluzia.
in "Jornal A Guarda" de 27/12/2007